Tristeza
Triste saber a verdade.
Além das camuflagens intelectuais que te anestesiam a consciência de que; A cada instante que se vive, mata-se de fome em outro canto do globo.
A cada inspiração nossa, um passo a mais em direção ao fim eterno. A cada expiração, uma nota musical que consola.
Não há amor, ou vida a dois que abrevie esse fato, de que: Por mais feliz que o homem seja, triste é viver. Triste é saber a verdade de que as inteligências são fragmentadas, de que a religião é um intelecto e o corpo uma igreja.
Não precisávamos de nada disso. De alegorias católicas, de matrimônios apostólicos, festim alcoólicos e essa elegante degeneração. Juras de fidelidade, não seriam necessárias nem palias para a grande verdade do amor.
Há o amor! Que triste amor é esse que me habita e grita solitário, na esperança besta de encontrar seu eco em meio à imensidão dos pastos, dos vastos campos de seu coração.
Que corações são esses? Que batem em descompasso, no desembaraço louco de se abrir o corpo dos outros, de transformar em água pensamentos insanos de mastigação da pele, friccionando a derme e disparando o à bomba cardíaca.
R.M.
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