quinta-feira, outubro 05, 2006

Tristeza

Triste saber a verdade.

Além das camuflagens intelectuais que te anestesiam a consciência de que; A cada instante que se vive, mata-se de fome em outro canto do globo.

A cada inspiração nossa, um passo a mais em direção ao fim eterno. A cada expiração, uma nota musical que consola.

Não há amor, ou vida a dois que abrevie esse fato, de que: Por mais feliz que o homem seja, triste é viver. Triste é saber a verdade de que as inteligências são fragmentadas, de que a religião é um intelecto e o corpo uma igreja.

Não precisávamos de nada disso. De alegorias católicas, de matrimônios apostólicos, festim alcoólicos e essa elegante degeneração. Juras de fidelidade, não seriam necessárias nem palias para a grande verdade do amor.

Há o amor! Que triste amor é esse que me habita e grita solitário, na esperança besta de encontrar seu eco em meio à imensidão dos pastos, dos vastos campos de seu coração.

Que corações são esses? Que batem em descompasso, no desembaraço louco de se abrir o corpo dos outros, de transformar em água pensamentos insanos de mastigação da pele, friccionando a derme e disparando o à bomba cardíaca.

Que dia horrível meu deus, que dia!

R.M.